O trabalho teve início em 2014, quando os irmãos Óscar e António Gonçalves assumiram a gestão da Pousada de Bragança e do Restaurante que designaram de “G”, em homenagem ao nome de família: Geadas.
A Pousada de Bragança, reconhecida internacionalmente pela sua beleza, pela paisagem que proporciona e, essencialmente, pelo bom serviço de hospitalidade, classicamente reconhecido nas Pousadas de Portugal, representa o contexto ideal para o desenvolvimento e afirmação do restaurante G.
Óscar, chefe de cozinha, e António, gestor hoteleiro, decidiram que o caminho da distinção e da afirmação seria alcançado pela excelência: na confeção, na valorização dos produtos locais, na apresentação, no serviço, na relação qualidade-preço, no conforto do espaço, no atendimento de cada cliente. Traçado o “foco” os irmãos foram conquistando, ano após ano, diversas distinções, que revelavam o mérito do trabalho que estavam a desenvolver. Acumularam excelentes classificações no Trip Advisor, integraram o Guia Michelin (um guia de bolso que reconhece em cada região os restaurantes de melhor qualidade), conseguiram o Garfo D’Ouro (cinco anos consecutivos), são recomendados por diversas revistas e jornais e, agora, a receberam o prémio dos prémios: uma Estrela Michelin.
Conseguir este galardão não é fácil, exige muita dedicação e muita consistência no serviço que se apresenta. As estrelas são atribuídas mediante visitas de inspetores do chamado ‘guia vermelho’ para a Península Ibérica, que avaliam, entre outros critérios, a qualidade dos produtos, o ponto de cozedura, os sabores, a criatividade, a regularidade da cozinha e a relação qualidade/preço. São inspetores altamente treinados, para que saibam identificar o mesmo nível de qualidade em qualquer lugar. Estas visitas acontecem sem aviso prévio e até sem conhecimento dos restaurantes. Atuam de forma anónima e comportam-se como clientes regulares. “Não fazem apenas uma visita, fazem várias, sempre de forma anónima”, explica António Gonçalves, obviamente orgulhoso pelo trabalho que a “equipa” conseguiu.
Óscar Gonçalves, o chefe patrão do Restaurante G, é responsável por parte do mérito, pela forma dedicada como trabalha, pelo estudo dos produtos e dos paladares, pela inovação que introduz na cozinha tradicional, que respeita e valoriza. E faz este trabalho diariamente sem ter na mira a Estrela Michelin. “O nosso objetivo é procurar, a cada dia, a excelência, este reconhecimento é fantástico, não podíamos estar mais felizes mas, o que sempre nos move, é o orgulho e o prazer de trabalhar bem, num território de montanha repleto de produtos de excelente qualidade e diversidade de aromas e sabores”, refere.
Uma estrela Michelin é motivo, só por si, para impulsionar o turismo numa região. Os irmãos Geadas sabem disso e dizem-se “gratos” por poderem contribuir para a dignificação da cozinha em Bragança e Vinhais.
No Restaurante G, garantidamente, usam-se produtos transmontanos de elevada qualidade, mas não só, há também produtos de territórios vizinhos e até da costa atlântica. “A condição é a qualidade e diversidade”, insiste Óscar Gonçalves.
O chefe desenvolveu muito cedo o gosto pela cozinha, herdando uma tradição familiar. À mãe, cozinheira, foi buscar alguns dos segredos do saber fazer tradicional, que reinventou de forma espetacular.
Com formação em Gestão e Produção de Cozinha, realizou estágios com grandes nomes, como João Rodrigues (o chefe que conseguiu uma estrela Michelin para o Restaurante Feitoria), ou Vincent Farges (na altura na Fortaleza do Guincho), igualmente com uma estrela Michelin. Tem participado em grandes eventos de alta cozinha, no país e no estrangeiro, o mais recente foi o Festival – Rota das Estrelas, no Antiqvvm, de Vítor de Matos, uma estrela Michelin.
Os irmãos Geadas sobem agora ao pódio para receber a estrela da consagração de todo este trabalho e dedicação, conquistando para o Restaurante G, a primeira estrela Michelin.